“Voto dado é voto contado e é voto apurado”
Secretário de TIC do TRE-PB fala sobre o processo de votação brasileiro

Em entrevista concedida à jornalista Iracema, do Jornal impresso A União, na última sexta-feira (9), o secretário de Tecnologia da Informação e Comunicação (STIC) do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB), José Cassimiro Júnior falou sobre o processo eletrônico de votação no Brasil, em voga há 25 anos.
Na entrevista, Cassimiro Júnior, inicialmente, comentou sobre o projeto da deputada federal, pelo PSL do Distrito Federal, Bia Kicis, que consiste em conferir o voto impresso antes de ser depositado automaticamente num recipiente acoplado à urna eletrônica: “Quem fará a especificação técnica dessas impressoras, a licitação, as alterações nos sistemas para a impressão do voto, e quem controlará o depósito onde os votos impressos serão acondicionados será a Justiça Eleitoral; os críticos mudarão o argumento dizendo que o voto que foi impresso para o eleitor ver foi um, mas o que caiu no depósito foi o voto adulterado, ou que o papel que o eleitor viu foi ‘desintegrado por um raio laser’; Como os eleitores analfabetos ou analfabetos funcionais conferirão seus votos? E os cegos?”.
Cassimiro Júnior afirmou que seria um “retrocesso”, caso o projeto seja aprovado, e imaginou de como seriam as filas de votação a espera de que os eleitores conferissem o resumo do seu voto na tela com o que foi impresso? E caso um eleitor mal intencionado dissesse que votou em A e apareceu impresso B? Como provar que aquele eleitor estaria apenas tentando tumultuar a votação? E refletiu ainda sobre o que poderia acontecer durante a contagem das cédulas para comparar resultados manuais com eletrônicos, se algum escrutinador, de má-fé, desse sumiço em um dos votos impressos?
“O processo de votação e apuração eletrônica do Brasil é um processo bastante moderno, transparente e seguro”, asseverou o secretário de TIC, lembrando que são mais de trinta camadas de segurança, no processo, como Lacres físicos; Testes Público de Segurança; Cerimônias públicas de lacração, de geração de mídias; Verificação de assinatura dos aplicativos de urna; Criptografia nos processos de biometria do eleitor, da imagem do kernel do Linux, do sistema de arquivos da urna, de chaves da urna, do registro geral do voto; Embaralhamento dos votos; Emissão de Boletim de Urna impresso; Auditoria de funcionamento das urnas (antiga votação paralela), entre outras.
Cassimiro Júnior afirmou que não gosta de dizer que exista algo 100% seguro, quando se fala de Tecnologia da Informação, sendo incisivo ao dizer que a Justiça Eleitoral busca “não dar tempo nem oportunidade para o fraudador”.
Reportando-se às últimas eleições, de 2020, assegurou que no universo de 9.706 urnas eletrônicas utilizadas, apenas 92 foram contingenciadas, ou seja, menos de 1%.
Ele também registrou o primeiro caso de atraso na divulgação dos resultados, ocasionado pela concentração dos boletins de urna transmitidos para o Tribunal Superior Eleitoral, objetivando uma totalização centralizada.
O secretário de TIC, concluiu a sua fala, ratificando que a urna eletrônica, fortaleceu a democracia brasileira e consolidou o direito ao voto sigiloso: “Voto dado é voto contado e é voto apurado”, disse.
Confira a íntegra da entrevista:
https://auniao.pb.gov.br/servicos/arquivo-digital/jornal-a-uniao/2021/agosto/jornal-em-pdf-08-08-21.pdf/view
/alexandredias/